Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro saíram às ruas neste domingo, 3 de agosto de 2025, em diversas cidades brasileiras para pedir a anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
As manifestações ocorreram em pelo menos 37 cidades, com maior concentração nas capitais São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Belém e Porto Alegre. As mobilizações foram organizadas por movimentos conservadores e parlamentares da base bolsonarista e contaram com a presença de lideranças religiosas, deputados federais e estaduais.







Na Avenida Paulista, em São Paulo, o ato reuniu entre 37 mil e 57 mil pessoas, segundo estimativas do Monitor USP e do site Poder360. Faixas com os dizeres “Fora Moraes”, “Fora Lula”, “Anistia Já” e “Pelos presos políticos do 8 de janeiro” marcaram o tom dos protestos. Camisetas verde-amarelas, bandeiras do Brasil e até dos Estados Unidos também estiveram presentes nos atos, junto a cartazes em apoio ao ex-presidente norte-americano Donald Trump e à Lei Magnitsky.
Apesar de impedido pela Justiça de sair de casa aos domingos e feriados, Bolsonaro participou remotamente dos eventos por videochamada. Em sua fala, agradeceu o apoio dos manifestantes, mas evitou abordar diretamente os pedidos de impeachment.

Entre os discursos mais aplaudidos estiveram os do pastor Silas Malafaia, dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que discursou em Belém e afirmou que “o Brasil precisa acabar com a censura e retomar a liberdade de expressão”.
Aliados do ex-presidente comemoraram o sucesso das manifestações e já falam em pressionar o Congresso Nacional para avançar com um projeto de lei que proponha a anistia dos condenados pelos ataques de 2023. Até o momento, no entanto, não há movimentação formal nesse sentido.
Nem o Supremo Tribunal Federal nem o Palácio do Planalto se pronunciaram oficialmente sobre os atos.
As manifestações deste domingo mostram que, apesar das investigações e das restrições impostas ao ex-presidente, o bolsonarismo segue mobilizado e com capacidade de atrair multidões em defesa de suas pautas.