O clima era de celebração espiritual no Geraldão, neste domingo (27), durante o encerramento do Congresso de Jovens da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco (IEADPE). Mas, nos bastidores da política, o que se viu foi um silêncio eloquente entre dois dos principais nomes da direita em Pernambuco: Anderson Ferreira e Gilson Machado.
Apesar de estarem na mesma fileira, a poucos metros de distância, Anderson (ex-prefeito de Jaboatão e presidente estadual do PL) e os Machados — Gilson Machado, pai, e Gilson Machado Neto, ex-ministro do Turismo — não trocaram cumprimentos nem palavras. O culto foi compartilhado, mas a convivência foi marcada por uma frieza evidente.

As divergências entre os grupos de Anderson Ferreira e Gilson Machado têm se intensificado nos últimos meses, com trocas públicas de farpas e disputas por espaço dentro do campo bolsonarista no estado. A presença conjunta, ainda que silenciosa, no evento da IEADPE apenas confirmou o que já se comenta nos bastidores: a direita está dividida em Pernambuco.
O silêncio entre eles num ambiente de comunhão e fé, onde o discurso deveria ser de unidade, revelou mais do que qualquer declaração formal. O clã Ferreira e os Machados, mesmo compartilhando bandeiras ideológicas semelhantes, parecem cada vez mais distantes quando o assunto é projeto de poder.
Com a proximidade das eleições de 2026, o racha no campo conservador ganha ainda mais relevância e pode influenciar diretamente nas alianças futuras e no reposicionamento das lideranças evangélicas e bolsonaristas no estado.
O Eleições Brasil Sertão segue acompanhando os próximos capítulos dessa disputa silenciosa, mas cada vez mais evidente.