A presença do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), na COP desta terça-feira (11), reacendeu o clima de rivalidade política que vem se desenhando desde o início de seus mandatos. O evento, que reúne líderes do mundo inteiro para debater sustentabilidade e políticas climáticas, acabou se tornando mais um palco de disputa por visibilidade entre as duas maiores forças políticas do estado.
Um dos episódios que mais chamou atenção foi o encontro dos dois com o apresentador Luciano Huck. Tanto João quanto Raquel registraram momentos com ele e postaram as fotos em suas redes sociais, separadamente, no mesmo dia. As publicações rapidamente ganharam repercussão, já que Huck é uma figura nacional com influência política e presença constante em debates sobre o futuro do país. A coincidência das postagens reforçou a leitura de que a disputa por holofotes entre o prefeito e a governadora segue intensa, mesmo em um ambiente voltado à pauta ambiental.
A postura de ambos em espaços nacionais e internacionais vem sendo acompanhada de perto por quem observa a movimentação rumo a 2026. João Campos, jovem e carismático, tem ampliado sua agenda para além do Recife, apostando em temas modernos, como inovação urbana, energia limpa e economia verde, numa tentativa clara de projetar-se nacionalmente. Já Raquel Lyra, com perfil mais técnico e centrado na gestão estadual, busca consolidar sua imagem de liderança equilibrada, tentando demonstrar que é capaz de colocar Pernambuco no mapa das grandes discussões do país.
Nos bastidores, a presença dos dois na COP foi interpretada como mais um capítulo dessa corrida por protagonismo político. João e Raquel evitam embates diretos, mas a disputa por espaço é evidente. Enquanto o prefeito foca em sua imagem de gestor inovador, a governadora reforça o discurso de reconstrução e estabilidade administrativa, sustentando que o Estado precisa de continuidade e planejamento, não de marketing.
Analistas apontam que o encontro dos dois em um evento de escala global simboliza uma prévia do embate que pode dominar a política pernambucana nos próximos anos. Raquel tenta fortalecer sua base no interior, especialmente no Agreste e Sertão, enquanto João investe em uma comunicação moderna e expansiva, de olho no eleitorado jovem e urbano. Ambos sabem que, para vencer em 2026, precisarão ultrapassar seus redutos naturais.
O que deveria ser um momento de união em torno das causas ambientais acabou se transformando em um novo cenário de disputa de holofotes. Pernambuco vive, desde já, o início de uma guerra de imagem e influência que promete marcar o próximo ciclo eleitoral.
