Lideranças do centrão veem com ceticismo a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República em 2026. A decisão do filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciada na última sexta-feira, 5, pegou de surpresa dirigentes do Republicanos, do Progressistas e do União Brasil, que afirmam não ter sido consultados previamente sobre o assunto.
O Eleições Brasil Sertão indagou interlocutores dos três partidos, todos alinhados ao núcleo político mais pragmático de Brasília. Eles acreditam que a candidatura de Flávio, ou de qualquer figura que carregue o sobrenome Bolsonaro, é vista como eleitoralmente inviável para 2026. A avaliação combina dois fatores centrais: a rejeição acumulada do ex-presidente, segundo o centrão, e a falta de competitividade do senador nas pesquisas eleitorais.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), por exemplo, que comandou a Casa Civil no governo Bolsonaro, afirmou publicamente que a viabilidade da candidatura de Flávio depende de articulação política. Rueda e Marcos Pereira compartilham a mesma idea, mas devem ser mais contidos em declarações na imprensa.
Republicanos, Progressistas e União Brasil querem evitar qualquer aceno público a Flávio. Esse comportamento só deverá mudar se o senador demonstrar desempenho acima da média nas pesquisas. Hoje, os números vão na direção oposta.
Segundo o Datafolha, em um eventual confronto direto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Flávio registraria 22% das intenções de voto, contra 49% do petista — porcentual que colocaria o atual presidente perto da vitória no primeiro turno. Para dirigentes do centrão, o quadro atual consolida a percepção de que a candidatura de Flávio nasce frágil.
O centrão mantêm a expectativa de pôr em prática o plano original: apoiar um candidato competitivo fora do Partido Liberal (PL). Os dois candidatos naturais eram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).
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