Um paralelo com Tarcísio de Freitas e o papel da direita moderada no Brasil atual
Em tempos de polarização extrema, em que o debate político frequentemente é substituído por gritos e slogans vazios, figuras como Anderson Ferreira ganham relevância no cenário nacional ao representar uma direita moderada, articulada e conectada com as demandas sociais reais. O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes e ex-candidato ao governo de Pernambuco tem se consolidado como uma das principais lideranças conservadoras do estado. Mas, mais do que isso, Anderson representa uma vertente de direita que consegue dialogar, construir pontes e se conectar com a sociedade — especialmente com o segmento evangélico, sem recorrer à radicalização.
Em muitos aspectos, Anderson Ferreira pode ser comparado ao atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ambos têm origem no campo conservador e mantêm vínculos com o ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, a forma como conduzem sua atuação política revela um perfil mais técnico, pragmático e moderado, que se distancia da retórica mais agressiva adotada por outras lideranças da direita brasileira.
Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura, tem sido apontado como o “Bolsonarista que venceu”, mas que também “desbolsonarizou” sua gestão ao assumir o comando do maior estado do país. Ele se cercou de nomes técnicos, evitou pautas de costumes no centro do debate administrativo e buscou mostrar resultados concretos em áreas como infraestrutura, segurança e desburocratização.

Anderson Ferreira segue lógica semelhante em Pernambuco. Mesmo sendo um nome alinhado aos valores cristãos e conservadores, ele apresenta uma retórica mais ponderada, evita os extremos e busca apresentar soluções práticas para problemas antigos do estado. Durante sua gestão em Jaboatão, priorizou ações voltadas para mobilidade urbana, educação, assistência social e parcerias com o setor privado. Além disso, é reconhecido por sua habilidade de comunicação, especialmente com o eleitorado evangélico, do qual faz parte. Mas sua interlocução não se limita a esse grupo — ele consegue circular com desenvoltura também em outros setores, como empresariado e juventude cristã.

Enquanto parte da direita ainda se perde em teorias conspiratórias, enfrentamentos estéreis e ataques institucionais, figuras como Anderson e Tarcísio parecem apontar para um novo caminho: o da direita racional, propositiva e com responsabilidade institucional. É uma direita que não nega seus valores, mas que também entende que governar exige diálogo, técnica e, acima de tudo, sensibilidade social.
Essa “direita lúcida” não abre mão de princípios, mas não se deixa sequestrar por paixões ideológicas. Com sua postura equilibrada, Anderson Ferreira se coloca como alternativa concreta para quem deseja um projeto de Pernambuco que una valores com gestão, fé com razão, firmeza com sensatez.
Se o Brasil caminha para um novo ciclo político, talvez seja essa a face mais promissora da direita: aquela que não grita, mas trabalha. Que não lacra, mas realiza. Que não divide, mas constrói.