O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta quarta-feira (5) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e solicitou sua inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol, usada para localizar foragidos internacionais.
A decisão veio após a deputada deixar o Brasil em meio a investigações por crimes como invasão de sistema do CNJ e falsidade ideológica. Zambelli teria cruzado a fronteira com a Argentina no final de maio e atualmente estaria nos Estados Unidos, com possível destino à Itália, onde possui cidadania italiana.
Em entrevista recente, a deputada ironizou a possibilidade de prisão internacional:
“Tenho passaporte italiano. Podem colocar Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália.”
Além do pedido de prisão, Moraes determinou o bloqueio de seus passaportes (incluindo o diplomático), de suas contas bancárias, salários e verbas de gabinete. Também ordenou a suspensão de todos os perfis da deputada em redes sociais como Instagram, Facebook, X (Twitter), YouTube, Telegram e TikTok. As plataformas têm até duas horas para cumprir a ordem, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
O ministro também estipulou multa de R$ 50 mil por publicação, caso a deputada ou terceiros voltem a divulgar conteúdos considerados criminosos.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia solicitado a prisão de Zambelli após sua saída do país. Moraes afirmou que a viagem teve o objetivo de evitar a aplicação da pena, o que caracteriza tentativa de fuga e risco à aplicação da lei penal. Segundo ele, a deputada tem demonstrado intenção de continuar atacando o sistema eleitoral e o Estado democrático de direito, mesmo do exterior.
Com a decisão, Carla Zambelli passa a ser considerada oficialmente foragida da Justiça brasileira, e poderá ter sua extradição solicitada nos países em que for localizada.