Brasília, 16 de outubro de 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu indicar o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso, que se aposentará neste sábado, 18 de outubro.

A indicação, que deve ser oficializada nos próximos dias, marca um movimento político importante de Lula, consolidando influência na mais alta Corte do país e escolhendo um nome de confiança pessoal e institucional.
Quem é Jorge Messias
Recifense, Jorge Rodrigo Araújo Messias tem 45 anos e construiu uma carreira sólida no serviço público. Ingressou como procurador da Fazenda Nacional em 2007, foi consultor jurídico do Ministério da Ciência e Tecnologia, secretário de Regulação da Educação Superior e subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil.
Desde janeiro de 2023, com a volta de Lula ao poder, Messias ocupa o cargo de advogado-geral da União, posição de alta confiança no governo.
O episódio do “termo de posse” que marcou sua trajetória
Messias ganhou notoriedade nacional em 2016, durante a crise política que antecedeu o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
Na época, o nome “Bessias” (como foi citado em gravações telefônicas) apareceu em um diálogo entre Dilma e Lula, interceptado pela Operação Lava Jato. Na conversa, Dilma informava que enviaria um “termo de posse” para que Lula assumisse como ministro da Casa Civil — documento que seria entregue por Jorge Messias.
“Eu tô mandando o Messias junto com o papel pra gente ter ele e só usar em caso de necessidade, que é o termo de posse”, disse Dilma em ligação a Lula.
O objetivo era garantir foro privilegiado ao ex-presidente, o que deslocaria eventuais processos contra ele da primeira instância para o STF. O termo acabou sendo entregue, mas a posse foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal após grande repercussão pública.
Na ocasião, Messias era subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil e foi o responsável por levar o documento a Lula, tornando-se um dos personagens centrais de um dos momentos mais tensos da política recente. O episódio lhe rendeu o apelido de “Bessias”, e passou a simbolizar a ligação direta entre os bastidores jurídicos do Palácio do Planalto e as estratégias de defesa de Lula.



