O ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado, foi conduzido nesta sexta-feira (13) à sede da Polícia Federal no Recife, onde prestou depoimento no inquérito que apura sua suposta tentativa de obstrução de investigações. Após o depoimento, ele foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para realização de exame de corpo de delito. Em seguida, será transferido para o COTEL (Centro de Observação e Triagem Everardo Luna), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.

A prisão de Gilson foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele é investigado por obstrução de investigação de organização criminosa e favorecimento pessoal.

De acordo com a Polícia Federal, Gilson Machado teria tentado, no mês de maio, obter um passaporte português junto ao consulado de Portugal no Recife, com o objetivo de viabilizar a saída do país do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A PGR aponta a tentativa como uma possível manobra para interferir nas investigações que apuram os atos antidemocráticos e a articulação de um plano golpista.

Além disso, o ex-ministro é suspeito de promover, em suas redes sociais, uma campanha de arrecadação financeira em favor de Jair Bolsonaro, o que também é alvo de investigação e pode configurar favorecimento ilegal.
Embora a emissão do passaporte não tenha se concretizado, a PGR avalia que há risco de Gilson buscar apoio em outras representações diplomáticas, e por isso solicitou ao STF não apenas a prisão, mas também medidas de busca e apreensão, visando localizar documentos, mídias e dispositivos eletrônicos que possam comprovar a tentativa de obstrução.
A defesa de Gilson Machado nega as acusações e informou que está tomando as medidas cabíveis para reverter a prisão.
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