A semana começou tensa nos bastidores da política pernambucana. Um impasse entre o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa está impactando diretamente categorias como a dos professores da rede estadual, que anunciaram paralisação das atividades nesta segunda-feira (9).

Desde a última quinta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) intensificou as mobilizações e convocou os profissionais para uma concentração em frente à sede da Secretaria de Educação, no bairro da Várzea, no Recife. A pauta central é o reajuste salarial e a valorização da categoria, mas a conjuntura política ampliou o conflito.
Na manhã desta segunda, uma reunião entre a diretoria do Sintepe e representantes do Governo ocorre no auditório da Secretaria. A expectativa é de que o encontro se encerre por volta do meio-dia. A presidente do sindicato participa da mesa de negociação.
Segundo fontes próximas ao Legislativo, há uma articulação nos bastidores envolvendo o apoio de 21 a 25 deputados para votar uma série de projetos encaminhados pelo Executivo estadual — entre eles, o projeto de reajuste salarial da educação. A votação está prevista para iniciar às 14h de hoje, no plenário da Assembleia, caso haja quórum suficiente.
Entretanto, o cenário é de incerteza. Além do reajuste, há outros projetos em pauta, como um pedido de empréstimo feito pelo Governo do Estado e a liberação de emendas parlamentares — pontos que têm gerado desgaste entre a base aliada e o Palácio do Campo das Princesas.
A governadora Raquel Lyra enfrenta resistência entre deputados da própria base, e o clima é de disputa. Segundo blogs políticos e colunistas que acompanham os bastidores, a chamada “queda de braço” pode se intensificar ainda mais ao longo do dia.
Enquanto isso, professores aguardam com expectativa os desdobramentos e prometem manter a mobilização. Caso não haja avanços concretos, novas paralisações podem ser convocadas nos próximos dias.



