Ministro da Fazenda venceu resistências de Motta e Alcolumbre, e imposto continua valendo em parte das operações de crédito
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conseguiu preservar parte do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mesmo diante da pressão da Câmara dos Deputados e do Senado, que buscavam a revogação total do decreto que elevou a cobrança. A decisão representa uma vitória política para o governo federal em meio à disputa com líderes parlamentares como Cláudio Cajado (PP-BA) e Davi Alcolumbre (União-AP).
O foco da resistência estava nas chamadas operações de “risco sacado”, uma linha de crédito voltada para capital de giro de empresas. O governo havia elevado a alíquota do IOF incidente sobre essa modalidade, e mesmo com as negociações, a taxação será mantida — embora em nível um pouco menor do que o inicialmente estipulado.
A tentativa do Congresso era derrubar integralmente o decreto presidencial que reajustou o imposto. No entanto, Haddad costurou apoio suficiente para manter parte da medida em vigor, argumentando que o impacto fiscal positivo é necessário para o equilíbrio das contas públicas e que as empresas seguirão contando com crédito, mas dentro de um novo cenário de ajuste.
Além das operações de risco sacado, outros trechos do decreto continuarão válidos, mantendo o IOF em patamar elevado em determinadas operações financeiras. A medida é interpretada como um sinal de que o governo está disposto a negociar, mas não abrirá mão de seu plano fiscal.
A queda de braço entre Executivo e Legislativo sobre o IOF também é vista como um teste de força política no atual cenário eleitoral. Em ano de disputas municipais e articulações para 2026, a decisão de Haddad pode ter reflexos nas alianças e no apoio que o governo busca consolidar no Congresso.



