O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou nesta quinta-feira (17) o fim da greve de fome que mantinha há nove dias em protesto contra a recomendação de cassação de seu mandato pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. A decisão ocorreu após um acordo com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que se comprometeu a não levar o processo ao plenário antes de 60 dias após a deliberação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) .
Braga iniciou a greve de fome em 9 de abril, após o Conselho de Ética aprovar, por 13 votos a 5, a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. O processo foi motivado por um incidente ocorrido em abril de 2024, quando o deputado se envolveu em uma altercação com um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) dentro da Câmara. Braga alegou que reagiu após o militante ofender sua mãe, que faleceu uma semana após o episódio .
Durante o período de greve, o parlamentar ingeriu apenas água, soro e isotônicos, perdendo cerca de cinco quilos. Após o anúncio do fim do protesto, ele foi encaminhado a um hospital em Brasília para avaliação médica e seguirá um protocolo de reintrodução alimentar gradual .
Em coletiva de imprensa, Braga agradeceu o apoio de movimentos sociais e parlamentares, destacando que a suspensão da greve não significa o fim de sua luta política. “Estamos suspendendo a greve de fome, mas não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto, contra o poder oligárquico e pela responsabilização dos assassinos de Marielle Franco”, afirmou .
O acordo para a suspensão da greve envolveu articulações com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), esposa de Braga, e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ). A expectativa é que o prazo adicional permita negociações para uma punição menos severa do que a cassação, como uma suspensão temporária do mandato ou advertência .



