O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou preventivamente, por 60 dias, o desembargador Marcelo Lima Buhatem, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), por conduta incompatível com a magistratura. A decisão é resultado de um processo disciplinar aberto em 2023, após postagens de cunho político em que o magistrado questionava a segurança das urnas eletrônicas e a legitimidade das eleições de 2022.
Entre os conteúdos investigados, está uma mensagem compartilhada por Buhatem em uma lista de transmissão de aplicativo de mensagens. No texto, ele comentava a visita do presidente Lula ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e repassava um conteúdo que dizia: “Lula é convidado de honra do Comando Vermelho”. A mensagem também afirmava: “Lula vai visitar favela que a polícia foi proibida de fazer operações”.
O magistrado se defendeu afirmando que não viu o subtítulo da mensagem e que era contra fake news: “Vi apenas o título. Se tivesse visto o subtítulo, nem teria passado adiante. Encaminhei individualmente, não em grupo”, disse.
Em outra ocasião, após o primeiro turno das eleições de 2022, Buhatem compartilhou uma imagem de uma pesquisa eleitoral anterior à votação, na qual Lula aparecia com 50% das intenções de voto e Bolsonaro com 36%. Ao enviar a imagem, escreveu: “Isso sim tinha que estar no Inquérito das Fake News! Ato contra a democracia!”.
Com a decisão do CNJ, Buhatem está afastado temporariamente do cargo com vencimentos proporcionais. O órgão avalia se houve violação aos deveres de imparcialidade e urbanidade previstos na Lei Orgânica da Magistratura.



